terça-feira, 10 de abril de 2018

O dinheiro pode fazer-me mais feliz?


Quantas vezes já ouviste ideias contraditórias sobre o dinheiro? Expressões como «o dinheiro é a raiz de todos os males» ou «o dinheiro não traz felicidade» são comuns. Só que, em simultâneo, a sociedade incentiva-nos a lutar por mais dinheiro, mais bens materiais e reconhecimento social. Somos levados a acreditar que quando alcançarmos um certo patamar, ou tivermos adquirido determinado bem material, aí sim, seremos felizes. 

A verdade? Ambas as ideias colidem com o resultado de diversos estudos. A resposta é bem mais simples: o dinheiro não é bom nem mau, é simplesmente um meio de troca. Se este te poderá fazer feliz ou não, só depende de ti! Mais concretamente, da forma como o vais usar. 

Mas o que indicam os estudos acerca da relação entre dinheiro e felicidade?
A investigação nesta área é clara. Quando comparamos os habitantes de países muito pobres, com os dos mais ricos, os segundos são em média mais felizes. Já dentro de um país desenvolvido os mais ricos são mais felizes, mas apenas ligeiramente. Isto porque nem sempre usam o dinheiro da melhor maneira. 

Ter pouco dinheiro pode causar stress, preocupações e infelicidade. Ter demasiado… por vezes, faz exactamente o mesmo! Isto porque, com alguma frequência, o dinheiro é alcançado à custa da vida familiar, da saúde e de uma série de ingredientes essenciais para a felicidade. Acresce ainda o facto de que, quando satisfeitas as necessidades básicas, o seu efeito positivo é relativamente fugaz, devido a três processos psicológicos

a habituação – os efeitos positivos de ser promovido, ganhar a lotaria ou adquirir um objecto muito desejado, desvanecem-se com o tempo e voltamos ao estado de felicidade habitual; 
as aspirações crescentes – as nossas aspirações materiais tendem a aumentar a par do aumento da riqueza. Quanto maior for a diferença entre o que temos e os nossos desejos, maior a probabilidade de nos sentirmos infelizes; 
a comparação social – as pessoas tendem a comparar-se com os outros e para se manterem felizes precisam de sentir que ganham valores semelhantes ou superiores. Por exemplo em países como o nosso, onde existe desigualdade na distribuição da riqueza, o nível médio de felicidade tende a ser menor do que em países mais igualitários - como os do norte europeu. 

O que efectivamente conta é a forma como o gastamos! As pessoas materialistas são, em média, menos felizes do que aquelas que se concentram noutras prioridades. Assim, nos gastos que vão além das nossas necessidades, é preferível investir:

a) mais em experiências positivas do que em objectos - viagens, um curso que te apaixone, um livro sobre um tema que adores, receber uma massagem num SPA, etc. - depende do teu gosto pessoal; 
b) em coisas que permitem economizar tempo, para que este possa ser ocupado com algo que proporcione bem-estar - por ex. quando recorres a serviços externos para limpeza da casa e assim, consegues ter mais disponibilidade para quem amas ou para te dedicares a actividades que te fazem feliz;
c) em acções solidárias - ser generoso com os outros, aumenta a felicidade pessoal. Podes ajudar alguém que necessita ou contribuir para uma causa social, que faça sentido para ti. 

Há ainda que realçar, que há actividades gratuitas ou muito baratas que também nos podem fazer felizes (fazer uma caminhada ao ar livre, tomar o pequeno-almoço numa esplanada solarenga, ver o pôr-do-sol, meditar, fazer exercício físico...). Por isso o dinheiro ajuda, mas mesmo quem tem menos dinheiro tem possibilidade de ser muito feliz.

Em conclusão, sim o dinheiro pode fazer-te mais feliz! Desde que o uses sabiamente.



Fotos: 1.ª nattanan23; 2.ª aliceabc0; 3.ª Kristine Lejniece.  
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"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

1 comentário:

  1. Eu não acho que o dinheiro traga propriamente felicidade.
    Acho que o dinheiro nos pode proporcionar conforto, paz de espírito, segurança. Porque não ter de fazer contas para colocar pão na mesa todos os dias, não ter de prescindir de fazer algo que gostamos... deve ser de facto muito bom. Poupamos imensas dores de cabeça.
    :-)

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